segunda-feira, 15 de março de 2010

No parlamento de Israel, Lula é pressionado sobre o Irã, e sugere que América Latina pode ser exemplo de paz para o Oriente Médio

Publicada em 15/03/2010 às 14h24m




O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursa no Parlamento de Israel - AFP

JERUSALÉM - Em visita ao Parlamento israelense , o presidente Luiz Inácio da Silva foi cobrado pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e por congressistas do governo e da oposição, por causa de sua atitude em relação ao Irã. Todos os discursos proferidos defenderam a mudança de posição do Brasil, atualmente contrário à aplicação de sanções aos iranianos, devido à sua política nuclear.

- Peço ao senhor que apoie a junta internacional contra o armamentismo do Irã. Vocês são a favor da liberdade. Eles (os iranianos) adoram a morte, e vocês adoram a vida. O Irã representa, hoje em dia, o eixo central contra a estabilidade e a paz no Oriente Médio - afirmou Netanyahu.



O presidente do Parlamento, Reuben Rivlin, da base governista, alertou para o risco do que chamou de "fundamentalismo radical e regime de aiatolás" não apenas para a região, mas também para todo o mundo.

" Desenvolver relações com Teerã não contribui para a paz mundial. Ser publicamente contra as sanções pode ser visto como sinal de fraqueza "

- Desenvolver relações com Teerã não contribui para a paz mundial. Ser publicamente contra as sanções pode ser visto como sinal de fraqueza - disse Rivlin.

A líder da oposição Tzipi Livni sugeriu que, entre as sanções a serem aplicadas contra o Irã, uma delas consista na expulsão do país das Nações Unidas. Ela lembrou que o presidente iranino, Mahmoud Ahmadinejad, chegou a afirmar que Israel deve sumir do mapa.

- É imporrtante isolar o Irã - disse a parlamentar.

O presidente Lula não respondeu diretamente às pressões e evitou, no discurso que leu, citar a palavra Irã. Lula destacou ter "orgulho de proclamar" que a América Latina e o Caribe é zona desnuclearizada, livre de armas de destruição massiva.

- Em meu país, há uma proibição constitucional de produção e utilização de armamento nuclear. Gostaríamos que o exemplo de nosso continente pudesse ser seguido em outras partes do mundo - afirmou Lula que, apesar das críticas, foi aplaudido de pé após seu discurso.

Depois de citar os esforços brasileiros pela paz em países vizinhos, Lula voltou a sugerir que o Brasil tenha maior participação nas negociações no Oriente Médio, afirmando que a "única recompensa que esperamos é a felicidade de israelenses e palestinos".

- Está em jogo não só o futuro da região, mas a estabilidade de todo o mundo.

No blog do Noblat: Lula provoca incidente diplomático na chegada a Israel
Presidente de Israel diz que contribuição brasileira é bem-vinda

O presidente israelense, Shimon Peres, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Marisa Letícia, em visita à residencial presidencial em Jerusalém - AFP

Em seu primeiro dia de compromissos oficiais em Israel, Lula já havia sido recebido pelo presidente Shimon Peres, além de ter participado de encontro com empresários. Na residência oficial do presidente, Lula reforçou a proposta brasileira de que é preciso que mais países trabalhem como facilitadores para um acordo entre israelenses e palestinos.

Com isso, indiretamente, ele deixou claro que o governo brasileiro gostaria de ser chamado para ajudar a mediar um entendimento, juntamente com os Estados Unidos, a ONU, a Rússia e a União Europeia, que formam o chamado Quarteto. O presidente israelense respondeu dizendo que a contribuição de Lula "será bem recebida".

Lula pode colaborar para a retomada das negociações? Dê seu voto

" É importante que se chame mais gente, que se envolva mais gente e que se converse mais "

- É importante que se chame mais gente, que se envolva mais gente e que se converse mais - afirmou Lula, defendendo em seguida as credenciais brasileiras. - A História do meu país é de paz. Não acredito que exista no planeta um povo que ame e exerça tanto a paz como o Brasil. É nossa formação, nossa raça e nosso jeito de ser - acrescentou.

Mais tarde, em evento com empresários, o presidente afirmou que tem o "vírus da paz" e que não se lembra do dia em que brigou com alguém, apesar de fazer parte de um "partido complicado". Ainda com Peres, Lula disse que não há qualquer justificativa para a guerra. Ele está disposto a atuar em duas frentes, dizendo que o Irã é um ator importante na região e pode ajudar no processo de paz, e defendendo, diante dos palestinos, o fim da divisão entre o Hamas e o Fatah, para que se evite o fracasso das negociações.

O presidente israelense, que chamou Lula de "César", numa alusão aos antigos imperadores romanos, afirmou que a ajuda de seu colega brasileiro a encontrar uma solução para a paz no Oriente Médio será bem-vinda. Segundo Shimon Peres, o processo de paz com os palestinos está sendo negociado "e não vamos deixar que ele acabe por causa de uma crise", numa referência aos Estados Unidos, que ficaram irritados por causa do plano de construir mais 1.600 casas em assentamentos, anunciado durante visita do vice-presidente americano, Joe Biden.

(Embaixador diz que Israel e EUA vivem o pior momento da relação em 35 anos)

" Sei que o senhor quer contribuir para a paz no Oriente Médio. Sua contribuição será bem recebida. Não temos opção além de completar o processo de paz "

- Sei que o senhor quer contribuir para a paz no Oriente Médio. Sua contribuição será bem recebida. Não temos opção além de completar o processo de paz - disse Peres, que recebeu o presidente Lula em sua residência com pompa e diversos elogios. - O senhor é um César, um presidente que leva esperança e paz. O seu povo o escolheu e o ama. O mundo vê no senhor a esperança. O senhor traz a mensagem do futuro de todos nós.

Mateus 24:6 E ouvireis de guerras e de rumores de guerras ; olhai não vos assusteis poque é necessario que isso tudo aconteça , mas não é o fim.
Mateus 28: Mas todas estas coisas são principios das dores.

Marcos 13,8
Levantar-se-ão nação contra nação e reino contra reino; e haverá terremotos em diversos lugares, e fome. Isto será o princípio das dores.

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