segunda-feira, 15 de março de 2010

As grandes religiões e a fé em Cristo: que diferenças?

As grandes religiões e a fé em Cristo: que diferenças?



Há grandes questões a que as religiões procuram responder, como sejam a origem e destino do homem ou o significado para a vida. Por isso, uma ideia popular é que todas as religiões são basicamente iguais. O que queremos questionar aqui é precisamente esse conceito: será que todos os caminhos conduzem ao mesmo Deus e oferecem os mesmos valores e respostas ao homem?

O que se segue é uma reflexão sobre os principais sistemas mundiais de crença (no que cada um tem de mais nuclear):

hinduísmo, a nova era, o budismo, o islamismo e, final emente, a fé cristã. O leitor encontrará aqui uma breve descrição de cada um, as características distintivas destes caminhos espirituais e o que uma pessoa pode obter de cada um deles.

Assumimos aqui uma atitude que só poderia ser a do máximo respeito por todas estas religiões, embora conscientes de que o que Cristo oferece ao homem é distinto e, de certa forma, difícil até de comparar com o que estes caminhos nos propõem.



HINDUÍSMO

A maioria dos hindus adora uma multidão de deuses e deusas – um número que chega aos 300.000. Todos estes deuses convergem num espírito universal chamado a Realidade Última, ou Brahma. Brahma não é um deus, trata-se mais de um nome que designa a totalidade última.

Os hindus consideram que a sua posição nesta vida está dependente das suas acções numa vida anterior. Se o seu comportamento foi mau, podem experimentar tremendas dores nesta vida. O objectivo de um hindu é ficar livre da lei do karma... ser liberto das contínuas reincarnações.

Há três formas possíveis de terminar este ciclo do karma:

§ Estar consagrado completamente a alguns deuses ou deusas hindus;

§ Crescer no conhecimento através da meditação no Brahma (a totalidade)... para dar-se conta de que as circunstâncias da vida não são reais, que a personalidade é uma ilusão e só Brahma é real;

§ Dedicar-se a várias cerimónias e ritos religiosos.

Um alegado benefício pessoal do hinduísmo é que uma pessoa tem liberdade para escolher como trabalhar até alcançar a perfeição espiritual. Outra vantagem é que o hinduísmo apresenta uma explicação para o sofrimento e o mal do mundo. No hinduísmo, o sofrimento por que alguém passa, seja enfermidade, fome ou desastre, é atribuído às suas próprias más acções, geralmente praticadas numa vida anterior. Só importa a alma, que um dia será livre do ciclo de renascimentos e descansará.

NOVA ERA

A nova era promove o desenvolvimento do poder ou da divindade supostamente inerentes a uma pessoa. Quando fala de Deus, um seguidor da nova era não está a referir-se a um Deus transcendente e pessoal que criou o universo, mas sim a uma consciência mais elevada dentro de si mesmo. Uma pessoa na nova era ver-se-ia a si própria como Deus, o cosmos, o universo. De facto, tudo o que a pessoa vê, ouve, sente ou imagina deve ser considerado divino.

A nova era é altamente eclética, e apresenta-se como uma colecção de antigas tradições espirituais. Reconhece muitos deuses e deusas, tal como o hinduísmo. A terra é considerada como fonte de toda a espiritualidade, e possui a sua própria inteligência, emoções e deidade. Mas acima de tudo está o eu. O eu é o originador, o controlador, o deus de tudo. Não há nenhuma outra realidade fora do que a pessoa determina.

A nova era ensina uma ampla gama de coisas que incluem o misticismo oriental e técnicas espirituais, metafísicas e psíquicas, como exercícios de respiração, salmodias, o uso de tambores, meditação... de modo a desenvolver uma consciência alterada e a própria divindade.

Um benefício que os seguidores da nova era referem é que qualquer coisa negativa que uma pessoa experimenta (fracassos, ira, egoísmo, mágoas) é considerada uma ilusão. Como crêem que são completamente soberanos sobre as suas vidas, nada nelas é mau, negativo ou doloroso. Com o tempo, a pessoa desenvolve-se espiritualmente ao ponto de não haver nenhuma realidade objectiva externa. A pessoa, ao tornar-se deus, cria a sua própria realidade.



BUDISMO

Os budistas não adoram nenhum deus. As pessoas fora do budismo pensam com frequência que os budistas adoram Buda. No entanto, Buda (Siddhartha Gautama) nunca disse ser divino e os budistas recusam o conceito de um poder sobrenatural.

O universo opera segundo a lei natural. Considera-se que a vida consiste em dor: dor no nascimento, na enfermidade, na morte e uma pena e desespero contínuos. A maioria dos budistas crê que uma pessoa tem centenas ou milhares de reincarnações, todas elas trazendo miséria. E a causa da reincarnação de uma pessoa é o seu desejo de felicidade. Por isso, o objectivo de um budista é purificar o coração e renunciar a todos os desejos. A pessoa deve abandonar todos os prazeres sensuais, todo o mal, todo o gozo e todo o sofrimento.

Para tal, os budistas devem seguir uma lista de princípios religiosos e uma intensa meditação. Quando um budista medita, não é o mesmo que orar ou concentrar-se num deus; trata-se mais de uma autodisciplina. Através da meditação feita com dedicação, uma pessoa pode alcançar o nirvana – “apagar com um sopro” a chama do desejo.

O alegado benefício pessoal do budismo é algo que ocorre também na maioria das religiões: o budismo define disciplinas, valores e directivas para a vida de uma pessoa. Algumas dessas pautas budistas são: não destruir qualquer criatura viva, renunciar a todos os prazeres sensuais, abandonar toda a característica má, assim como todo o sentimento de alegria e de pena.



ISLAMISMO

Os muçulmanos crêem que há um Deus todo poderoso, chamado Alá, que é infinitamente superior e distante da humanidade. Alá é considerado como o criador do universo e a fonte de todo o bem e de todo o mal. Tudo o que acontece é da vontade de Alá. Ele é um juiz poderoso e estrito, demasiado grande para ser abordado pelos seres humanos. Assim, é impossível que os indivíduos tenham uma relação com Alá, ou que conheçam muito acerca dele.

Se bem que um muçulmano honre a vários profetas, Maomé é considerado o último profeta, e as suas palavras e estilo de vida são a autoridade do crente. Para ser um muçulmano, devem cumprir-se cinco deveres religiosos:

- Repetir um credo acerca de Alá e Maomé;

- Recitar determinadas orações em árabe cinco vezes ao dia;

- Dar aos necessitados;

- Uma vez por ano, fazer jejum de comida, bebida, sexo e tabaco, desde o nascer até ao pôr do sol;

- Fazer uma peregrinação uma vez na vida para adorar no santuário de Meca. Ao morrer, baseado na sua fidelidade a estes deveres, um muçulmano espera entrar no Paraíso, um lugar de prazer sensual. Se não, será castigado eternamente no inferno.

O ser muçulmano encaixa com as expectativas de muitas pessoas acerca da religião e da divindade. O islamismo ensina que há um Deus supremo, que é adorado mediante ritos religiosos disciplinados. É considerado como um Deus poderoso muito distante da humanidade, e que faz o que lhe apraz. Portanto, depois de morrer, uma pessoa é recompensada ou castigada de acordo com a sua devoção religiosa.



FÉ CRISTÃ

Os cristãos (cuja fé se baseia na Bíblia) crêem num Deus amoroso que se revelou e pode ser conhecido pessoalmente nesta vida. No cristianismo, o centro da vida do crente não está nos ritos religiosos ou em realizar boas obras, mas em desfrutar de uma relação com Deus e conhecê-lo cada vez melhor.

A fé no próprio Jesus Cristo, e não apenas nos seus ensinamentos, é a forma pela qual o cristão experimenta a alegria e o significado da vida.

Na sua vida na terra Jesus não se identificou como um profeta que apontava para Deus, ou como um mestre iluminado. Pelo contrário, Jesus disse ser Deus em forma humana. Realizou milagres, perdoou às pessoas os seus pecados e disse que todo o que cresse nele teria a vida eterna. Fez afirmações como: “Eu sou a luz do mundo; o que me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”.

Os cristãos consideram que a Bíblia é a mensagem escrita de Deus para a humanidade. Para além de ser um registo histórico da vida e dos milagres de Jesus, a Bíblia revela a personalidade de Deus, o seu amor e verdade, e como podemos ter uma relação com Ele.

Para o cristianismo não importa quais sejam as circunstâncias que o crente possa enfrentar na sua vida, pois pode sempre dirigir-se confiantemente a um Deus sábio e poderoso que o ama verdadeiramente. Os cristãos crêem que Deus responde às orações e que a vida adquire sentido quando vivemos para O honrar.

Jesus Cristo apresenta-se com uma singularidade absoluta e requer uma fé exclusiva. Ele diz: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Os cristãos primitivos tinham esta convicção; por exemplo, Pedro, o apóstolo, disse sobre Jesus: “não há nenhum outro nome (…) pelo qual possamos ser salvos”. Paulo escreveu que “há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens: Jesus Cristo, homem”.

Cristo não se apresenta como um profeta, mas como o Filho eterno do Deus vivo. Não traz uma verdade, mas afirma ser a verdade. E em nenhuma religião encontramos os mesmos valores espirituais e éticos como os que Ele ensinou e que mudaram a história para sempre.

Por isso, Cristo é dificilmente comparável com qualquer religião. Mais do que um sistema de crenças e preceitos, Ele é uma pessoa viva, que vale a pena procurar conhecer.

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